quinta-feira, 18 de junho de 2009

Saber esperar...


Um dos mais significativos desafios que a vida nos apresenta é aprender a esperar. Sempre me pergunto por que a maioria de nós não é orientada, ao longo de sua formação, sobre o valor da espera paciente.Acredito que a razão esteja principalmente no fato de que a maior parte da humanidade vive totalmente inconsciente dos ciclos naturais da vida. Quanto mais próximo da natureza viver, mais sabedoria o homem tem a oportunidade de adquirir, pois ele passa, então, a mover-se num ritmo totalmente diferente, muito mais lento do que aquele que a vida nas metrópoles impõe.Pessoas sem qualquer refinamento intelectual aprendem através de um método bastante simples, o da observação, que tudo na natureza tem um ritmo próprio. Só o ser humano destoa desta harmonia, pois insiste em querer apressar os acontecimentos de acordo com os seus desejos, sempre determinados pelo ego.·A sabedoria oriental, expressa numa de suas mais valiosas obras, o I Ching, nos ensina a importância de nos sentirmos parte integrante da natureza, e de agirmos sempre em sintonia com o seu ritmo, plantando as sementes do que queremos e esperando pelo momento propício para vê-las germinar.Quanto mais rapidamente aprendermos esta lição, mais facilmente atingiremos um estado de equilíbrio e serenidade, e nos libertaremos do desejo de querer controlar os acontecimentos, a maior das ilusões que podemos alimentar.Nós nos esquecemos de como esperar; este é um espaço quase abandonado. No entanto, ser capaz de esperar pelo momento certo é nosso maior tesouro. A existência inteira espera pelo momento certo. Até as árvores sabem disso - qual é o momento de florescer, e o de deixar que as folhas caiam, e de se erguerem nuas ao céu. Também nessa nudez elas são belas, esperando pela nova folhagem com grande confiança de que as folhas velhas tenham caído, e de que as folhas novas logo estarão chegando. E as folhas novas começarão a crescer.Nós nos esquecemos de como é esperar: queremos tudo com pressa. Trata-se de uma grande perda para a humanidade... Em silêncio e à espera, alguma coisa dentro de você vai crescendo - o seu autêntico ser. Um dia ele salta e se transforma numa labareda, e a sua personalidade inteira é estilhaçada: você é um novo homem. E esse novo homem conhece os sumos eternos da vida".

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